
João Pessoa é o destino certo para quem busca sol, mar verde-esmeralda e preços justos. Descubra neste guia como aproveitar a capital da Paraíba, do pôr do sol no Jacaré às piscinas naturais.
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Se você sente que sua rotina está engolindo seu tempo e tudo o que você precisa agora é de um lugar onde o relógio anda mais devagar, a Paraíba te entende.
João Pessoa não é só mais uma capital do Nordeste com praias bonitas. Ela é a porta de entrada e o coração da chamada Costa das Piscinas.
Se você nunca ouviu esse termo, anote aí: a Costa das Piscinas é a rota turística que abrange o litoral paraibano, famosa mundialmente por suas águas mornas, transparentes e pela enorme quantidade de recifes de corais que formam piscinas naturais a poucos metros da areia.
Diferente de outros destinos vizinhos super badalados e muitas vezes caóticos, “Jampa” — para os íntimos — tem a estrutura de cidade grande com a tranquilidade de uma cidade de interior.
A orla não tem prédios altos fazendo sombra na areia, o trânsito flui (na maioria das vezes) e seu orçamento de viagem costuma render mais.
Sabemos que planejar uma viagem consome uma energia que, muitas vezes, você já não tem.
A dúvida sobre onde ficar, como se deslocar e se realmente vale a pena o investimento pode travar sua decisão.
Por isso, preparamos este guia completo para compartilhar com você a realidade sobre viajar para João Pessoa: o que funciona, o que vale seu dinheiro, o que você não pode deixar de conhecer e como aproveitar seus dias de folga com o descanso que você merece.
Vamos lá?
Onde fica João Pessoa?

Para começar a se localizar, João Pessoa é a capital do estado da Paraíba.
Ela fica posicionada no litoral nordestino, espremida entre dois gigantes do turismo: Pernambuco (ao sul) e Rio Grande do Norte (ao norte).
Essa localização é um dos grandes trunfos da cidade. Por ser o ponto mais oriental das Américas — onde o sol nasce primeiro no continente — ela oferece uma luz natural incrível logo cedinho.
Geograficamente, a cidade é dividida entre a parte da orla (onde tudo acontece para quem viaja) e o centro histórico/administrativo, que fica um pouco mais afastado do mar (cerca de 20 – 30 minutos de carro), às margens do Rio Sanhauá.

Além disso, você precisa saber que João Pessoa possui uma vantagem logística importante: ela é uma base excelente para conhecer outras cidades da região.
Se você tiver tempo sobrando, estar em João Pessoa permite “dar um pulo” em Recife e Olinda (cerca de 120 km) ou na Praia da Pipa (cerca de 150 km).
Mas, sinceramente? A Paraíba tem tanto a oferecer que você dificilmente vai querer sair de lá.
Como chegar em João Pessoa?
Existem, basicamente, três formas de chegar em João Pessoa, e a “escolha certa” depende de onde você vai e do quanto quer economizar.
De avião: Aeroporto Castro Pinto (JPA) vs. Recife (REC)
A maneira mais direta é voar para o Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto (JPA). Apesar do nome, ele fica no município vizinho de Bayeux, mas é colado na capital — cerca de 20 a 30 minutos de carro até a orla de Tambaú ou Cabo Branco.
O ponto de atenção aqui é o preço. Como a malha aérea para João Pessoa é menor do que para outras capitais, as passagens podem custar mais caro.
Uma dica para economizar: muitas vezes, compensa pesquisar a passagem para o Aeroporto de Recife (REC).
A capital pernambucana recebe muito mais voos, o que joga os preços lá embaixo.
De lá para João Pessoa são cerca de 120 km de estrada duplicada (BR-101), o que leva entre 1h30 a 2h de viagem.
Você pode fazer esse trajeto Recife-Jampa de:
- Carro alugado: ideal se você já planeja fazer tudo de carro durante a viagem.
- Transfer privativo ou compartilhado: confortável e te deixa na porta do hotel, caso sua hospedagem ofereça essa vantagem.
- Ônibus: existem linhas diretas que saem do terminal integrado ao aeroporto ou da rodoviária (TIP). Vale verificar os preços atualizados no site da rodoviária para adicionar a passagem aos seus gastos de viagem.
De carro e ônibus
Se você já está no Nordeste, ir de carro para João Pessoa é muito tranquilo.
A BR-101, que corta o litoral, foi duplicada na maioria do trecho entre Natal e Recife, tornando a viagem para a Paraíba mais segura e rápida.
Para quem vai de ônibus, a Rodoviária Severino Camelo fica no bairro do Varadouro, perto do Centro Histórico.
De lá para a orla, você precisará pegar um carro de aplicativo ou Táxi, o que leva cerca de 20 a 30 minutos dependendo do trânsito.
Atenção ao pedágio: se for de carro saindo de Recife, prepare-se para um pedágio na entrada da Paraíba. Tenha trocado ou tag de pagamento automático.
Qual é a melhor época para visitar João Pessoa?
Acertar a data para ir à cidade de João Pessoa é a diferença entre ver aquele mar caribenho das fotos ou pegar dias cinzentos e água turva.
Como nosso objetivo é praticidade e transparência, anota aí:
O clima em João Pessoa é quente o ano todo (com muuuuuito vento), mas o regime de chuvas é bem marcado.
- Setembro a fevereiro (melhor época): é o verão e a estação seca. O mar fica com aquela cor verde-esmeralda, lindo e transparente. Janeiro e fevereiro são os meses de alta temporada, com cidade cheia e preços mais altos.
- Setembro, outubro e novembro: são, na nossa opinião, os meses do melhor “custo-benefício” (fomos em setembro). O tempo está firme, a cidade não está lotada e os preços de hospedagem são mais amigáveis.
- Março a agosto (época de chuvas): é o inverno nordestino. Chove bastante, e a água do mar pode ficar mexida e turva (“cor de doce de leite”, como dizem os locais) devido aos rios que deságuam no oceano.
O fator Tábua de Marés
Mais importante do que o sol, em João Pessoa, é a maré.
Se você quer ver as piscinas naturais (Picãozinho, Seixas, Bessa, Ilha de Areia Vermelha), você precisa ir na maré baixa.
E não é qualquer maré baixa: o nível precisa estar abaixo de 0.5 (o ideal é 0.0 a 0.3).
Isso acontece nas semanas de Lua Cheia e Lua Nova.
Portanto, antes de marcar suas férias, abra o site de tábua de marés e verifique a lua e a altura da maré para a semana que você pretende ir.
Se você for na lua minguante ou crescente (maré morta), não conseguirá fazer os passeios mais famosos.
O que fazer em João Pessoa?
Agora que você já sabe como chegar e quando ir, vamos ao que interessa: como preencher seus dias com experiências que valem a pena.
João Pessoa é uma cidade que convida ao ar livre. Aqui, o dia começa muito cedo (às 5h da manhã já tem gente caminhando e correndo no calçadão) e termina cedo também.
Vamos dividir as sugestões por categorias para facilitar seu planejamento.
As praias urbanas
A orla de João Pessoa é um exemplo de urbanismo. Uma lei municipal proíbe prédios altos na faixa de areia, o que garante ventilação e sol até mais tarde.
- Tambaú e Cabo Branco: são as praias centrais. Onde tudo acontece. O calçadão é ótimo para caminhar, cheio de quiosques. O mar é calmo, mas nem sempre próprio para banho em todos os trechos (fique de olho nas placas da SUDEMA).
- Manaíra: praia mais urbana, com mar um pouco mais agitado (bem pouco) e calçadão excelente para esportes.
- Bessa: fica mais ao norte. É o bairro queridinho de quem mora lá (e um dos mais caros). O mar é tranquilo e tem trechos que parecem piscinas. Uma área específica é chamada de “Caribessa” pela cor e calmaria da água.
O Litoral Sul: onde estão as praias mais bonitas
Se você quer ver aquele mar azul-turquesa, falésias coloridas e natureza mais selvagem, você precisa reservar pelo menos um dia (o ideal são dois) para ir ao município vizinho de Conde. Fica a cerca de 30 a 40 minutos de carro da orla de Tambaú.
Você pode fazer esse passeio de carro alugado (com cautela nas descidas de areia) ou contratar um buggy, que é mais divertido e prático. As paradas obrigatórias são:
- Praia de Coqueirinho: é a “menina dos olhos” da Paraíba. Uma enseada cercada por coqueiros e falésias. Tem uma parte com ondas fortes e outra que é uma verdadeira piscina. A estrutura de barracas é ótima para passar o dia.
- Praia de Tambaba: famosa por ser a primeira praia de naturismo do Nordeste. Mas não se preocupe se você não é adepto: existe uma área para quem quer ficar vestido e admirar as rochas vulcânicas e piscinas naturais, e uma área separada e fiscalizada para os naturistas. A beleza natural aqui é bruta e impressionante.
- Praia de Tabatinga: se você busca silêncio e espaço, essa é a escolha. É uma praia extensa, com falésias brancas e argila. De um lado, mar aberto; do outro, o encontro do rio com o mar (Maceió), perfeito para banho de água doce e calma.
Piscinas naturais

Se a maré estiver baixa, esse passeio é obrigatório. Você pega um catamarã na praia e navega até os recifes de corais.
- Picãozinho: fica em frente à praia de Tambaú. É a mais famosa e, por isso, a mais cheia.
- Piscinas do Seixas: ficam em frente à praia do Seixas, no Litoral Sul de João Pessoa. São as maiores piscinas naturais da Paraíba. Tem água morna e muitos peixinhos.
- Caribessa: aqui você não precisa necessariamente de barco. Dá para ir de caiaque ou Stand Up Paddle (SUP) até os corais, por serem mais perto da areia. É um passeio mais ecológico e silencioso.
Centro Histórico

Não pense que João Pessoa é só praia. O Centro Histórico é riquíssimo e colorido. Vale a pena tirar uma tarde (ou manhã) para caminhar por lá.
Visite o Centro Cultural São Francisco, um complexo barroco impressionante. A visita guiada é barata e conta a história da cidade e da arte sacra.
Dê um pulo na Praça Antenor Navarro, com seus sobrados coloridos, e termine no Hotel Globo. Antigamente um hotel de luxo, hoje é um museu/mirante.
O pôr do sol visto dos jardins do Hotel Globo, com vista para o Rio Sanhauá, é uma alternativa mais tranquila e gratuita ao famoso Jacaré.
Pôr do sol na Praia do Jacaré

Esse é o clássico dos clássicos. Fica no município vizinho, Cabedelo (mas é tudo conurbado).
Todos os dias, no fim da tarde, o músico Jurandy do Sax entra em uma canoa no meio do Rio Paraíba e toca o “Bolero de Ravel” enquanto o sol se põe.
É turístico? Muito. Fica cheio? Bastante. É emocionante? Sim.
Você pode assistir dos barcos (catamarãs que oferecem shows de forró e cangaceiros antes e depois do sol se pôr) ou das muretas na orla, onde há bares e lojinhas de artesanato.
Se você busca praticidade e quer evitar a “muvuca” dos barcos grandes, ficar em um barzinho na orla pode ser mais relaxante.
O ponto mais Oriental das Américas
A Ponta do Seixas é o extremo oriental das Américas. Existe um marco lá, o Farol do Cabo Branco (que na verdade fica numa falésia acima da praia do Seixas).
A vista lá de cima é linda. Ao lado do farol, foi construída a Estação Cabo Branco – Ciência, Cultura e Artes, um projeto de Oscar Niemeyer.
É um lugar moderno, com exposições de arte e um gramado ótimo para crianças correrem. A entrada é gratuita.
Experimentar a gastronomia local
Comer em João Pessoa é uma atração à parte. A culinária sertaneja e litorânea se encontram aqui. Não saia da cidade sem provar:
- Rubacão: uma espécie de “baião de dois” cremoso, feito com feijão-verde, arroz, queijo coalho, nata e carne de sol. É bem servido e delicioso.
- Carne de Sol na nata: clássico absoluto, dispensa comentários.
- Arrumadinho: vem feijão-verde, farofa, vinagrete e carne (charque ou carne de sol), tudo arrumado separadamente no prato.
- Caldinhos: de peixe, camarão, sururu, mariscos, carne seca ou feijão. Na praia, é a melhor pedida.
Se você busca economia, os mercados de artesanato e o Mercado da Torre oferecem comida regional “raiz” a preços justos.
Se quiser investir num jantar especial, há vários restaurantes chiquérrimos, mas prepare o bolso.
Onde ficar em João Pessoa?
A escolha da hospedagem define muito o ritmo da sua viagem. A cidade é bem setorizada, e cada bairro entrega uma experiência diferente.
Tambaú e Cabo Branco: o coração turístico
Se você quer praticidade, de fazer tudo a pé, ter farmácia, banco, feirinha de artesanato e restaurantes na porta, fique aqui. É onde está a maior concentração de hotéis.
- Vantagem: você economiza com transporte.
- Desvantagem: é mais “barulhento” e movimentado.
Manaíra: o bairro comercial
Foi onde nos hospedamos. Fica ao lado de Tambaú. Tem o shopping (Manaíra Shopping), ótimos restaurantes e hotéis mais novos.
- Vantagem: estrutura urbana completa e variedade de preços.
- Desvantagem: a praia em si não é tão convidativa para banho em alguns trechos.
Bessa: a vibe residencial
Se você for viajar em família ou se quiser fugir do agito turístico. O Bessa tem uma vida própria, com bares descolados e uma praia excelente.
- Vantagem: tranquilidade e pé na areia de qualidade.
- Desvantagem: fica um pouco mais longe do ponto de partida dos passeios para o Litoral Sul. Além disso, é um bairro mais nobre.
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Qual é a praia mais linda de João Pessoa?
Essa é uma pergunta polêmica, mas vamos aos fatos. As praias urbanas (Tambaú e Cabo Branco) são lindas pela cor da água e pela orla organizada, mas as verdadeiras joias ficam um pouco mais afastadas.
Se tivéssemos que escolher apenas uma para você conhecer, não seria na capital, mas sim no município vizinho de Conde (Litoral Sul): a Praia de Coqueirinho.
A cerca de 30 a 40 minutos de carro de João Pessoa, Coqueirinho é um cenário de filme.
Ela reúne falésias coloridas, uma densa área de coqueiros (daí o nome), fontes de água doce e um mar que varia de piscinas calmas a ondas para surfistas, dependendo do trecho.
Por que ela vence? Pelo visual panorâmico. Antes de descer para a areia, pare no Mirante Dedo de Deus. A vista das falésias encontrando o mar azul é, sem exagero, uma das mais bonitas do Brasil. Lá embaixo, a estrutura de barracas é boa, com opções rústicas e restaurantes mais estruturados (e caros, então, leve um lanchinho se não quiser gastar tanto).
Dica: evite os domingos se você busca sossego. Como é a praia mais bonita, também é a preferida dos moradores no fim de semana.
Quantos dias é o ideal para ficar em João Pessoa?
Para fazer tudo o que listamos aqui sem correria — afinal, a ideia é descansar — o ideal são 5 a 7 dias.
- 5 dias: dá para fazer o “básico bem feito”: praias urbanas, um dia de Litoral Sul (Coqueirinho e Tambaba), pôr do sol no Jacaré e Centro Histórico.
- 7 dias: é o cenário perfeito. Você consegue incluir o Litoral Norte (Cabedelo, Forte de Santa Catarina, Areia Vermelha), repetir a praia que mais gostou, fazer um passeio pelas piscinas naturais e, principalmente, ter tempo livre para não fazer nada, apenas curtir a brisa do mar.
Se você tem uma semana disponível e quer um roteiro passo a passo, detalhando o que fazer em cada dia (manhã, tarde e noite) para otimizar seu tempo, já deixamos todas as dicas prontas para você.
Leia nosso roteiro completo: O que fazer em João Pessoa em 7 dias: o que fazer e como montamos nosso planejamento prático
João Pessoa é o destino certo para você?
Chegando ao fim deste guia, quero ser muito honesta para alinhar suas expectativas.
Nosso slogan “o destino certo muda tudo” só funciona se o destino combinar com seu momento de vida.
João Pessoa é a viagem ideal para quem deseja desacelerar, comer bem pagando um valor justo, curtir praias de águas mornas e se sentir seguro em uma orla organizada e iluminada.
É perfeita para casais, famílias com crianças e viajantes solo que buscam acolhimento.
Por outro lado, não é o destino ideal se você busca baladas frenéticas até o amanhecer, luxo ostentação ou mar gelado. João Pessoa dorme cedo para acordar com o sol.
A capital da Paraíba ensina que a felicidade mora na simplicidade de um caldinho de peixe à beira-mar e na gentileza de um “bom dia” arrastado.
Esperamos que este guia tenha clareado suas ideias e facilitado sua decisão.
Se João Pessoa for sua escolha, vá de coração aberto. A Paraíba tem o dom de fazer a gente querer voltar antes mesmo de ir embora.
Desejamos uma excelente viagem e um merecido descanso!
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